domingo, 18 de agosto de 2013

Última luz

Não me deixes só, meu bem...
sofrer sozinha esta cruz
que já se foi a última luz
e o último verso também.

Escuridão vem e reduz
a medos as coisas mil
e esconde, por ser vil
toda a obra que cá compus.

Ah, delíquios meus d'agora!
Por que insistis nesta hora
em surgir estando eu triste?

Mas ao cantar canto derradeiro
hei de lembrar no verso inteiro
à escuridão que a luz existe.

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