sexta-feira, 7 de junho de 2013

Sonhos de bailarina.

Não sabes que em mim há uma bailarina?
Não te deste conta do olhar que te fascina?
Acaso te esqueceste do balanço das minhas curvas?
O jogo de gestos, de olhares, de bocas
de caras, de luzes... as luzes que querem
um palco só meu?

Não viste que quero teu corpo inteiro,
um sonho ou loucura à nossa perene, solene, ardente paixão?
Um palco à minha altura, a fúria dos pés, da dança do ceu.
Tu imóvel, meu centro, meu eixo, o som do teu peito,
plateia que almeja, no corpo da dança parceira, certeira
no toque das mãos, tateando os sonhos que vem de tão longe,
e bem longe se agregam, pra perto se chegam os corpos mortais.

A dança dos deuses, das altas esferas... te dou em meus beijos
nas mãos que te apertam, calor que não cessa...
que é bom e faz bem...

Se ainda não notas, vem que as notas de nosso romance
farão um balé...

Amor, acaso, amor

Não chamarei filosofia
o verso que vem sem rima.
Tampouco ao som que mudo
chamarei eu de delírio

Nomearei: "o que emana".
Do cérebro aos sentidos
deixando-se ser apenas
em voo ou em desalinho.

Sem querer nada mais que ser
assim soa ao meu ouvido
as palavras que proferes
quando tu estás comigo:

são, e só por isso bastam,
suaves tal vento marinho.

O tempo e os rastros (Monólogo em versos)

O TEMPO E OS RASTROS (Há uma senhora sentada, olhando para a plateia. Ela quer nos dizer algo, mas tem dúvida de como fazê-lo, plane...