quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Epitáfio a um palhaço


Paro-me nesta varanda...
o sol que ainda me resta
presentear-me há abraços
nas frestas desta janela.

Nem que seja de mansinho,
o expirar de um poema...
Partirei com um sorriso
que calou a dor eterna.

E minha morte é tão engraçada
que chorar não vale a pena.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Uma mulher comum

The nu project.

Ana Maria era feia,
mas pousava a mão de leve
delicada sobre o móvel
que parecia em êxtase.

E quem via-a nessa forma,
imóvel como desenho,
em si ficava entendendo:

que na verdade...

ela era bonita!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

A rosa desfolhada II

Cada pétala desfolhada
trazia do beijo
a antiga dosagem exata.
A cada gesto que morria
o perfume de rosa
ainda assim se exalava.
 
A rosa, sem ser formosa,
era flor delicada.
Flor que indo embora
ao vazio condenava
o pobre talo tristonho
em meio à nevoada.
 
O vento indo longe,
pra bem longe arrastava
fragmentos de beleza,
de beleza desquitada.
Beleza sem marido,
opróbrio da mocidade.
 
E os restos da rosa
pelo mundo se espalhavam,
espalhando seu aroma
dos tempos de amada.
Tempos idos os tempos estes
pois que cheiros de saudade,
não trarão as pétalas
desfolhadas!
 

O tempo e os rastros (Monólogo em versos)

O TEMPO E OS RASTROS (Há uma senhora sentada, olhando para a plateia. Ela quer nos dizer algo, mas tem dúvida de como fazê-lo, plane...