domingo, 3 de fevereiro de 2013

A rosa desfolhada II

Cada pétala desfolhada
trazia do beijo
a antiga dosagem exata.
A cada gesto que morria
o perfume de rosa
ainda assim se exalava.
 
A rosa, sem ser formosa,
era flor delicada.
Flor que indo embora
ao vazio condenava
o pobre talo tristonho
em meio à nevoada.
 
O vento indo longe,
pra bem longe arrastava
fragmentos de beleza,
de beleza desquitada.
Beleza sem marido,
opróbrio da mocidade.
 
E os restos da rosa
pelo mundo se espalhavam,
espalhando seu aroma
dos tempos de amada.
Tempos idos os tempos estes
pois que cheiros de saudade,
não trarão as pétalas
desfolhadas!
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O tempo e os rastros (Monólogo em versos)

O TEMPO E OS RASTROS (Há uma senhora sentada, olhando para a plateia. Ela quer nos dizer algo, mas tem dúvida de como fazê-lo, plane...