Só por hoje não chores, querida
deixa ao acaso toda essa mágoa
que insiste em te fazer desistir
Só por hoje ignora, ou finge
quem sabe, fingindo, sofras mais
quem sabe, enganando-te
possas realmente sentir tua dor
por isso, querida, por hoje não chores
Guarda tuas lágrimas pra o que vem
por hora... aprecia teu tédio
tua forma de apenas existir
e não buscar nada mais que o
silêncio que assola este quarto
Não, por hoje não chores
não és triste o suficiente para faze-lo
Por hoje esquece tudo... até de ti mesma
Por hoje oferece-te um desprezo
Uma solidão se puderes...
Mas não chores, não agora
deixa pra mais tarde... pra o fim
e se ele não vier...
espera tua tristeza ser o suficiente
para isso
Não chores... quem sabe assim
chorarás mais por dentro
de que expondo ao ridículo tuas lágrimas
Quem sabe quando chegar a hora
terás realmente força de chorar
e assim dormirás nas angústias de teu pranto
te envolverás nas cobertas de teu tédio
até que a escuridão de teu desprezo
feche teus olhos e apague as luzes
Poema de 27/08/2009
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