sábado, 10 de agosto de 2013

Santos e pecadores



Não poderei mais pisar aqui!
Disse meu coração e chorou
triste de mansinho...
Não, não poderei mais!
E enquanto isso tu sorrias...
sim, aí de longe tu sorrias.

Os muros da igreja são pesados
e densos... a luz das velas
é como um ponto de repouso
que cintila e pode se apagar
quando a dor for imensa...

Mas ainda assim eu sabia
que aí, em algum cantinho longe,
teus olhos meigos sorriam.

Não posso mais pisar neste chão!
Meu coração está denso
como as colunatas desta abadia!
Nem percebo que estou tremendo toda,
tola... como se inda fosse uma menina.

O capelão reza na nave central da Igreja,
ao meu lado uma senhora repetia
as contas de um rosário velho
ao lado da imagem do Cristo.
Como é triste o sangue a brotar
em suas chagas abertas!

Sentada no meu cantinho
julguei se eu estaria melhor...
nunca compreendi bem
a razão disso tudo
como um ato de amor
que nos deixa tão feridos.

Não, eu sei que sou tola!
E não consigo nem juntar
palavras...
nem sei porque estou aqui,

Mas eu sei que por aí,
em algum cantinho longe,
mansamente entendias
que meu pobre coração
na verdade te pedia.

Então tu sorrias!

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