Amor, que farás
do sono sem sono,
do sono abandono
quando tarde demais?
Da noite sem lua
sem brilho na rua
versos sem sonhos,
que farás?
Que farás quando o beijo
não for mais desejo
e o desejo for nada
nas noites sem paz?
Pularás do edifício
no momento difícil
dos tempos atuais?
Ou irás às montanhas
recolher das entranhas
da terra uma flor
e a mim a trarás?
Sabe que presentes
os quero ausentes
que de ti não me destes
há tempos atrás,
pois que se findo
o contacto dos olhos
fechou-se a janela
da alma também.
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