Não te peço estar comigo
quando nascerem as flores
ou quando brotar do campo
a mais bela pura beleza;
Te peço que estejas comigo
Quando da dor dos espinhos
perpetrarem na carne, na vida,
e não houver mais vontades
que a de um solilóquio
que a de um abandono
Te peço, de quando murcharem
as roseiras dos verdes campos,
de quando seja pobre a colheita
e o tempo for de secas, delírios
e inquietações das mais diversas,
não falhe a tua vontade, nem perca,
ao cruel fio das circunstancias,
o teu coração a valentia que amo.
Que na felicidade me não falte
o teu sorriso largo de menino,
a tua candura terna de menino,
nem o teu penhor de menino.
Mas que não me falte também
nos dias em que de Tânatos,
anjo energúmeno e telepático,
for meu corpo entregue em oferenda,
a tua mão a me dar força de homem,
a me dar sustentáculo de homem,
a me dar da bravura tua de homem.
Que teu amor brote como o verde ramo
ainda tenro e frágil, ainda fraco e flácido,
onde os pássaros piadores tecem seus ninhos,
e onde as folhas crescem tão verdinhas
e que depois de muito viver se vão e caem.
Que brote o teu amor desse verde ramo.
Mas que depois cresça e se torne forte
onde eu possa amarrar minha rede
onde eu possa me sustentar nele
no dia em que o cansaço me tomar toda
e eu precise descansar.
Te peço isso jovem porque sei que a vida é breve,
e que o tempo voa/passa/anda tão rápido,
e que são inúmeras as circunstancias
em que nosso amor é posto à prova.
Por isso te peço a beleza da rosa
que nos agrada e nos faz bem,
mas também te peço a rigidez da rocha
quando a beleza da rosa em nós se apagar.
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