Aquela lavandeira me faz lembrar
de quando minha avó me dizia
que a vida é uma grande poesia
dum grande rio qu’está a andar
No qual gente de todo o lugar
se reúne sempre à suas margens
com suas trouxas de roupa, imagens,
e, lavando, se põem a conversar
E na lavagem junto às águas
deixa-se correr toda a mágoa
enquanto segue a correnteza.
E, findos já de sua assepsia,
o que é branco à luz do dia
deixa transparecer sua beleza.
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