O fogo deseja queimar
e, queimando, consumir-se
junto a tudo que toca
em seu devir infinito.
Pois foi pra isso que nasceu.
Seu encanto descontínuo
está no devorar-se todo
se lançar ao precipício.
Busca arder até queimar-se
em seu próprio calor íntimo,
incendiar na própria alma
o prazer mediante o risco.
***
A palha é ser não sendo,
sombra do que não existe.
Antes erva, flor silvestre,
hoje morta, ressequida.
Pelo vento que a carregue
busca ela seu destino.
Sem ser, somente estando
em constante destruir-se.
Indo de um lado a outro,
de um lado a outro indo:
A palha que só memória
quer também o extinguir-se.
***
Seria acaso o encontro
entre seres tão distintos,
mas que tão ardentemente
pra si optam o perigo?
***
A palha logo mostrou-lhe
a voz frágil feminina,
quer doar-se ao contato
em um elo de lascívia.
O fogo à dama atende,
com os longos dedos ígneos
abraça-a num de repente
entregando-se ao limite.
Juntos palha e fogo ardem
a loucura do seu risco,
um fazer a desmanchar-se
em alturas nunca vistas.
***
Mas foi só fogo de palha
que se foi com um sorriso
deixando o fogo cansado,
deixando o fogo sozinho...
***
A chama de tão cansada
buscou onde esvair-se
de sua agora vida pouca
num rápido extinguir-se.
Ao pé da lenha sentou-se
como que a pedir abrigo
em sua crespa carnadura
de tempos idos, antigos.
Da sua solidão velada
abre a lenha entrelinha,
não partilha do encanto
de ser chama ao princípio.
***
Mas o fogo abrigado
aos poucos recuperaria
a força que antes tivera
no outrora de sua vida.
***
Ela sente lá por dentro
no calor, as eras idas...
em seu ocaso lembrou-se
que não era mais sozinha
Deixou-se arder livremente
ao fogo que se expandia
como um alguém tão próximo
e como um alguém que queria
mantê-lo, sim, tão próximo.
Até que acabasse a vida
ardendo juntos o tempo
em que o calor duraria.
Seria uma história de amor?
e, queimando, consumir-se
junto a tudo que toca
em seu devir infinito.
Pois foi pra isso que nasceu.
Seu encanto descontínuo
está no devorar-se todo
se lançar ao precipício.
Busca arder até queimar-se
em seu próprio calor íntimo,
incendiar na própria alma
o prazer mediante o risco.
***
A palha é ser não sendo,
sombra do que não existe.
Antes erva, flor silvestre,
hoje morta, ressequida.
Pelo vento que a carregue
busca ela seu destino.
Sem ser, somente estando
em constante destruir-se.
Indo de um lado a outro,
de um lado a outro indo:
A palha que só memória
quer também o extinguir-se.
***
Seria acaso o encontro
entre seres tão distintos,
mas que tão ardentemente
pra si optam o perigo?
***
A palha logo mostrou-lhe
a voz frágil feminina,
quer doar-se ao contato
em um elo de lascívia.
O fogo à dama atende,
com os longos dedos ígneos
abraça-a num de repente
entregando-se ao limite.
Juntos palha e fogo ardem
a loucura do seu risco,
um fazer a desmanchar-se
em alturas nunca vistas.
***
Mas foi só fogo de palha
que se foi com um sorriso
deixando o fogo cansado,
deixando o fogo sozinho...
***
A chama de tão cansada
buscou onde esvair-se
de sua agora vida pouca
num rápido extinguir-se.
Ao pé da lenha sentou-se
como que a pedir abrigo
em sua crespa carnadura
de tempos idos, antigos.
Da sua solidão velada
abre a lenha entrelinha,
não partilha do encanto
de ser chama ao princípio.
***
Mas o fogo abrigado
aos poucos recuperaria
a força que antes tivera
no outrora de sua vida.
***
Ela sente lá por dentro
no calor, as eras idas...
em seu ocaso lembrou-se
que não era mais sozinha
Deixou-se arder livremente
ao fogo que se expandia
como um alguém tão próximo
e como um alguém que queria
mantê-lo, sim, tão próximo.
Até que acabasse a vida
ardendo juntos o tempo
em que o calor duraria.
Seria uma história de amor?
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