Pinta-me um retrato carvão
I
Digo-te que não te apresses tanto
se bem saiba/veja a despedida
como um mal iminente, uma realidade atroz,
te peço que fiques....
como aquela menina franzina de outrora
que andava nas ruas pedindo tua piedade,
que se prosternava aos pés de um calabouço insano
de intrigas e devaneios que, por mais idiotas que fossem,
Se bem perdesse todos os conceitos e objetos outrora tão iluminados...
Digo-te que isso não é mais que uma mera históra das tragédias quotidianas.
Perder talvez fosse a parte mais difícil de um todo. Um aniquilar-se dentro
das formas e dos prazeres/orgasmos. Afinal é só isso que deixei atrás.
Talvez essas lágrimas que, hoje, me vês verter não existiriam,
e que tudo isso não passasse de tolice da minha mocidade.
Mas quando calei, fez-se o abismo.
e minha beleza em si não passasse de uma folha adornada
na qual escreves bonitas histórias, teus melhores poemas, uma carta de amor.
Talvez quiseras ainda provar da maciez do meu corpo, dos meus cabelos, o beijo da minha boca e o...
Talvez já não me vejas como aquela Sophya que se esqueceu de tantos afetos que já não te espera...
A cidade está tão perigosa, o vento fri da noite nos desenha...
não sei mais se estamos nus... ou vestidos...
II
De tudo que sei é de que suspiravas
quem sabe nossa história não fosse tão trágica assim.
De princípio eu era a menina que ia ao parque Treze de Maio
com seus cabelos atados e saia florida,
e tu me dizias se queria uma flor...
E como eram belas as flores que jogávamos fora...
Tão coloridas e moribundas, nem nos dávamos conta
do quão perversa era a nossa pureza...
Cores, que bonitas são as lembranças quando as temos coloridas...
Bem, se queres ir, só te peço mais um pouco...
Peço que retrates pra mim o belo que se foi....
que me retrates bela, como me imaginavas que fosse
e, só depois, apagasses as luzes e dissésses Adeus...
Pinta-me um retrato carvão.
Digo-te que não te apresses tanto
se bem saiba/veja a despedida
como um mal iminente, uma realidade atroz,
te peço que fiques....
só mais um pouco a contemplar-me.
Te peço que me vejas, me sintas como aquela menina franzina de outrora
que andava nas ruas pedindo tua piedade,
que se prosternava aos pés de um calabouço insano
de intrigas e devaneios que, por mais idiotas que fossem,
doeram e machucaram
E QUE CRESCEU! Se bem perdesse todos os conceitos e objetos outrora tão iluminados...
Digo-te que isso não é mais que uma mera históra das tragédias quotidianas.
Perder talvez fosse a parte mais difícil de um todo. Um aniquilar-se dentro
das formas e dos prazeres/orgasmos. Afinal é só isso que deixei atrás.
Talvez essas lágrimas que, hoje, me vês verter não existiriam,
e que tudo isso não passasse de tolice da minha mocidade.
Mas quando calei, fez-se o abismo.
Como deixar isto passar em branco?
Talvez fosse tão bela porque sou fraca, e minha beleza em si não passasse de uma folha adornada
na qual escreves bonitas histórias, teus melhores poemas, uma carta de amor.
Talvez quiseras ainda provar da maciez do meu corpo, dos meus cabelos, o beijo da minha boca e o...
Talvez já não me vejas como aquela Sophya que se esqueceu de tantos afetos que já não te espera...
mas pede que fiques um pouco mais
Já é meia noite, me traz um conhaque, e por favor não bagunça tudo. A cidade está tão perigosa, o vento fri da noite nos desenha...
não sei mais se estamos nus... ou vestidos...
II
De tudo que sei é de que suspiravas
quem sabe nossa história não fosse tão trágica assim.
De princípio eu era a menina que ia ao parque Treze de Maio
com seus cabelos atados e saia florida,
e tu me dizias se queria uma flor...
E como eram belas as flores que jogávamos fora...
Tão coloridas e moribundas, nem nos dávamos conta
do quão perversa era a nossa pureza...
Cores, que bonitas são as lembranças quando as temos coloridas...
Bem, se queres ir, só te peço mais um pouco...
Peço que retrates pra mim o belo que se foi....
que me retrates bela, como me imaginavas que fosse
e, só depois, apagasses as luzes e dissésses Adeus...
Pinta-me um retrato carvão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário