segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cantar d'amigo


Hei de cantar-te,

calma e serena.

junto as ondas

que são tão belas,

um cantar d’amigo

pra que venhas logo,

pra que venhas logo.


Um cantar tão doce

pra que não recordes

d’outras donzelas

de por onde fores,

e de por onde estás

pra que venhas logo,

pra que venhas logo.


Hei de cantar-te

mirando a luna,

os olhos chorando,

de saudades tuas

que se derramam

pra que venhas logo,

pra que venhas logo.


Hei de tocar

com a viola na mão,

estes versos tristes

tal como estão

um cantar entonado

pra que venhas logo,

pra que venhas logo.


Ai, dunas da ribeira

dos verdes campos,

se alguma coisa dizeis

do meu amado

que hei de fazer

pra que venhas logo,

pra que venhas logo?


Que a velhice come

minha mocidade,

meu brilho na face

perco minha idade

em rezas e jejum

pra que venhas logo,

pra que venhas logo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O tempo e os rastros (Monólogo em versos)

O TEMPO E OS RASTROS (Há uma senhora sentada, olhando para a plateia. Ela quer nos dizer algo, mas tem dúvida de como fazê-lo, plane...