Sede prudentes como as serpente e simples como a pomba. (Mateus 10:16)
Filha, não corras pelas pradarias!
Deixa-te estar imóvel e triste
nas solidões desta campina...
Mãe, eu nasci livre e salto
não me posso quedar quieta
se meu coração é um pássaro.
Filha, quebrarás as asinhas
que eu cuidei com o orvalho
que se colhe das colinas...
Deixa estar, eu vou mãe amiga,
percorrer estes verdes prados
até o pinhal de Leiria...
Leva-me pelas mãos pequeninas
que hei de sustentar as tuas
quando chorares das feridas.
O tempo há de sanar o peito,
mãe, que sei que sangrará
por sobre os campos do Alentejo.
E assim se foram mãe e filha
percorrendo as pradarias
uma cantando, outra chorando,
nas esquinas de toda a vida.
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