Odorico estava construindo um edifício de
tijolos vermelhos perto de um terreno íngreme. Certo dia ele deixou-se levar
pela preguiça e colocou um dos tijolos-base de forma errada. Ele sabia que
aquilo era perigoso, mesmo assim colocou aquele tijolo mal botado. E continuou
a construir. Um dia ele sentiu vergonha do que fez, mas não podia mais remover
aquela peça. E as pessoas que passaram na rua perguntavam: “Por que o Odorico
colocou aquele tijolo daquela forma?”. Muitos amigos ainda acreditaram no
Odorico, mesmo que não pudessem mexer no que ele já havia feito. Alguns o
estimularam a plantar flores, árvores frutíferas: com o tempo as pessoas
passariam a ignorar aquele tijolo. E ele fez isso. Dia após dia Odorico cuidava
do jardim que tinha plantado para esconder sua vergonha. Mas o tijolo estava
lá. Um dia alguém lhe disse, tira o tijolo, talvez a casa caia, mas pelo menos
você se livra disso. Odorico tinha vergonha daquele tijolo, mas também tinha
medo de machucar o jardim que tinha plantado e cuidado com tanto amor. Porém
ele sabia que um dia uma dessas flores iria bater no tijolo e iria se machucar
de toda forma. E o que ele fez? Decidiu tirar o tijolo. Infelizmente metade da
casa caiu e machucou muitas plantas do jardim, e das mais bonitas. Odorico
tentou desesperadamente salvar as que tinham vida. E até que conseguiu, mas a
casa... aquela que ela amava, mesmo com aquele tijolo torto, ficou com as
paredes tortas e nunca mais foi a mesma.
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O tempo e os rastros (Monólogo em versos)
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