quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Canto sobre as águas


Meu olhar como em fotografia
percorre a água que desenha
o nu de teu corpo...
Corre a quimera que anseia
pelo saber profundo
de teu gosto!

A água desenha os seios
que dão-se ao paladar
de quem busca seus contornos,
presto desce acariciando
o veludo de tuas coxas.

A água que te desenha
de forma alguma nos afoba,
pois que desenha no regaço
a fonte exata de teu gozo.
Oceano que se remove
movendo-se em muitas ondas.

As palavras que tu dizes
nos gemidos de tua boca,
na fotografia não revelam
o teu ardor de moça...
São silenciados pelo preto
e o branco de luz fosca.
Mas eu bem sei quem és
quando insaciável te alvoroças,
és como a água de um rio
que embala e nos transporta
aos contos e aos romances
que nossas avós nos contam.

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