segunda-feira, 25 de julho de 2011

Se tu me visses




Hoje meu corpo acordou com uma vontade

Danada de te ligar, de pedir para que venhas

Que, sem pensar, já me vi cantando, me arrumando

Para hoje a noite.

Tinha um sorriso tão alegre em minha face,

Que se tu me olhasses, me desejarias mais.


Hoje eu me senti tão alegre, com ânsias

De dizer que és meu tudo, meu bombom

Que, pensei até que fosse ciúme

De te ver com outra.

Fiquei tão cheirosa e tão arrumada

Que se tu me visses, me abraçarias.


Hoje, querido, desejei tanto que estivesses aqui,

Sonhei contigo e estavas tão lindo

Que, sem me dar conta, me fiz de tonta

E até gritei de amor.

Te quis tanto, de dar espanto essa paixão

Que se tu me visses, quiçá tu risses de mim.


O que será que me deu hoje

Que penso tanto em ti e te quero tanto

Que, sem notar, estou eufórica e até melancólica

Querendo dengo?

Ah, amor, te desejo tanto, e mais um tanto

Que, se tu me visses, virias já.


Então vem logo, se possível agora

Que te espero desse jeito, tão elétrica

Que, sem ligar, vou te aguardando

Bonita e cheirosa

Com um sorriso tão alegre e sincero,

Que, se tu me visses, me amarias já.

As nuvens


As nuvens levaram

Meu esplendor de menina,

Meus sonhos antigos de menina,

Minha voz de menina...


As nuvens sobrevoaram

Por minha forma franzina

Passaram por minha casa

Meu telhado, minha cama pequena.


As nuvens se desenharam

Trágicas e anêmicas

De um branco anêmico

De minha infância anêmica.


As nuvens se juntaram

Em cristais de vento esparso

Povoaram espaços que

Sem eu saber, estavam vazios.


As nuvens se desenharam

Em formas complexas

De uma vontade louca

De te ter aqui.


As nuvens passaram, se foram...

Levaram meu jeito de menina

Minha voz de menina

Meu amar de menina, Sophya.

domingo, 24 de julho de 2011

As quatro mãos


Eu faço

Tu desfazes,

Eu crio

Tu descrias,

Eu mexo

Tu paras,

Eu toco jazz

Tu bossa,

Eu digo isto

Tu aquilo...

Eu tremo

Tu ris,

Ás vezes choro,

Tu nada,

Eu quero sim,

Mas tu não...

Eu mando,

Tu obedeces...

E assim vamos


Não é confusão

É amor

Angústia


Angústia


Mãe, esta noite acordei confusa,

Com uma vontade louca de te abraçar,

Tive um medo danado, pensei que lá fora

Os barulhos se misturavam à embriaguez.


Mãe, será que tudo está bem?

Será que não nos esqueceram de novo?

Ontem à noite te vi chorando, fiquei pensando

Por que será que sofremos tanto assim?


Mãe, esta noite tive medo do escuro.

Lá fora os barulhos se misturaram

E embriagaram nossa lucidez.

Será que realmente tudo esta bem, mãe?


Por que nesse jogo de faz de conta

Perdemos a conta de quantas vezes

Não nos fizeram conta... se foram?

Por que tudo é tão tenebroso?


Mãe, posso te dar um abraço?

Neste mundo só temos uma à outra.

E que queria que você soubesse

O quanto é difícil pra mim saber disso.


Lá fora as sirenes soam tão alto

Que me esqueço que ao seu lado

Tudo é mais seguro, apesar de frágil.

Mãe, será que eles arrombarão a porta?


Será que vão bater na senhora de novo

Com seus olhares em fúria, olhos em chamas?

Será que vão nos deixar dormir esta noite,

Será que seremos felizes só hoje?


Deixa eu enxugar suas lágrimas,

Deixa eu ninar a senhora,

Tem muita gente lá fora

E aqui é bem seguro, mãe.


Deixa sua menina cantar,

Deixa que aqui é seu lugar,

As sirenes soam alto, muito alto,

Mas ainda temos força pra sonhar.

O tempo e os rastros (Monólogo em versos)

O TEMPO E OS RASTROS (Há uma senhora sentada, olhando para a plateia. Ela quer nos dizer algo, mas tem dúvida de como fazê-lo, plane...