Quem és? (Romance N°01)
Quem és tu que vens sutil
portando a lança e escudo?
Das terras do norte bravo
feitio e valores bastos
de teu nome fazem brado
tua estirpe e candura
em vozes mil. Quem és tu, pois?
Quem és tu, dos olhos gráceis?
Que novas vens a contar-nos...
meu coração dilatou-se
e desejou-te amável...
Pois aos olhos meus serenos
achas-te graça e rico dom...
Diz-me agora: Quem és tu?
D'onde vem teu valor gentil?
Por quais veredas a andares
deu-te os céus rica candura?
Por que vieste ferir-me cá
a mim, ó bravo guerreiro?
Não tens tu siso ou pejo?
Conta-me, pois: Quem és tu?
Eu de formosas prendas sou:
tenho luzes nos cabelos
que a voar o vento toca
e os espalha caprichosos...
Tenho também rico dote
que meu pai granjeou, porém...
diz-me, fidalgo: Quem és tu?
Não sou eu formosa e casta?
Não tenho aurora nos olhos?
Ah, cegai os olhos meus tristes
que por ver gentil figura
jazem aziagos e chorosos!
Que Deus m'ampare agora
ou digas, senhor: Quem és tu?
Se não te dói a dor alheia,
que tuas faces róseas dão;
Se não t'incomodam prantos
vindos cá de minh'alma tua...
Ao menos num gesto cortês
dum no nobre cavaleiro assim
dize cá pra mim: Quem és tu?
Se quem és tu não mo dizes,
hás de ser sempre nha sombra
que há de acompanhar-me
Nos momentos de amargura.
Hás de ser desconhecido tu,
a quem depositei boa graça...
Amar-te-ei sempre assim...
portando a lança e escudo?
Das terras do norte bravo
feitio e valores bastos
de teu nome fazem brado
tua estirpe e candura
em vozes mil. Quem és tu, pois?
Quem és tu, dos olhos gráceis?
Que novas vens a contar-nos...
meu coração dilatou-se
e desejou-te amável...
Pois aos olhos meus serenos
achas-te graça e rico dom...
Diz-me agora: Quem és tu?
D'onde vem teu valor gentil?
Por quais veredas a andares
deu-te os céus rica candura?
Por que vieste ferir-me cá
a mim, ó bravo guerreiro?
Não tens tu siso ou pejo?
Conta-me, pois: Quem és tu?
Eu de formosas prendas sou:
tenho luzes nos cabelos
que a voar o vento toca
e os espalha caprichosos...
Tenho também rico dote
que meu pai granjeou, porém...
diz-me, fidalgo: Quem és tu?
Não sou eu formosa e casta?
Não tenho aurora nos olhos?
Ah, cegai os olhos meus tristes
que por ver gentil figura
jazem aziagos e chorosos!
Que Deus m'ampare agora
ou digas, senhor: Quem és tu?
Se não te dói a dor alheia,
que tuas faces róseas dão;
Se não t'incomodam prantos
vindos cá de minh'alma tua...
Ao menos num gesto cortês
dum no nobre cavaleiro assim
dize cá pra mim: Quem és tu?
Se quem és tu não mo dizes,
hás de ser sempre nha sombra
que há de acompanhar-me
Nos momentos de amargura.
Hás de ser desconhecido tu,
a quem depositei boa graça...
Amar-te-ei sempre assim...
Nenhum comentário:
Postar um comentário