Não sabes que em mim há uma bailarina?
Não te deste conta do olhar que te fascina?
Acaso te esqueceste do balanço das minhas curvas?
O jogo de gestos, de olhares, de bocas
de caras, de luzes... as luzes que querem
um palco só meu?
Não viste que quero teu corpo inteiro,
um sonho ou loucura à nossa perene, solene, ardente paixão?
Um palco à minha altura, a fúria dos pés, da dança do ceu.
Tu imóvel, meu centro, meu eixo, o som do teu peito,
plateia que almeja, no corpo da dança parceira, certeira
no toque das mãos, tateando os sonhos que vem de tão longe,
e bem longe se agregam, pra perto se chegam os corpos mortais.
A dança dos deuses, das altas esferas... te dou em meus beijos
nas mãos que te apertam, calor que não cessa...
que é bom e faz bem...
Se ainda não notas, vem que as notas de nosso romance
farão um balé...
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