É como se a entrada da igreja estivesse fechada. Que estranho, de meninos costumávamos subir essas escadas em busca do horizonte mais alto, tentando assim tapar a ansiedade de não podermos voar mais longe. Coitados de nós, nem nos dávamos conta dos milhões de edifícios ao nosso alcance... Subíamos as escadas num toque como que em campanha, fazendo dos nossos sentidos canhões e das nossas mentes trincheiras e planeávamos milhares de anos luz na sacada da Igreja de N Sª. do Carmo – e bem disse o Senhor a Moisés, O lugar que pisas é terra santa. Sapatos não os tínhamos e, mesmo nossos pés eram mais imundos que qualquer sandália. Mas como nosso coração pulava de uma santidade que só as crianças conhecem... Foi então o nascimento da tragédia. Não que eu me refira à fome, à nudez, ao pedir... mas à destruição da ilusão. O quê do primeiro beijo, o primeiro toque mais íntimos... depois a delícia, o constrangimento, tua fuga. Veio o vazio, depois a busca por trás daquele vazio... talvez o medo do perdão divino, assim fiquei... Pela primeira vez, entro na igreja pra rezar.
sexta-feira, 2 de março de 2012
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O tempo e os rastros (Monólogo em versos)
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